Notas da Autora
Este Episódio era o início da continuação de A Chave Verde. Na altura, tinha acabado de escrever a história e tinha a cabeça cheia de ideias. Contudo não foram suficientes para construir uma história interessante e que se mantivesse fiel ao trabalho original e acabaram por ser recicladas e/ou engavetadas num canto poeirento. Acabei por reutilizar o início planeado para a segunda história pois a dada altura na história fala-se que a ilha está fechada para os do exterior e em como um dos personagens é único da sua espécie e o porquê. E isso sempre me ficou na cabeça. Quando é que a ilha tinha sido fechada inicialmente? Quem é que o tinha feito e porquê? Há imensas teorias durante a história dadas pelos personagens sobre isso mas nada em concreto. E então nasceu este episódio, dando também uma espécie de final à personagem Alinoë que apesar de ter sido o primeiro e mais poderoso irmão de Tempus a nascer e quem tecnicamente "fundou" a ilha não é falado de todo durante A Chave Verde.
Este Episódio era o início da continuação de A Chave Verde. Na altura, tinha acabado de escrever a história e tinha a cabeça cheia de ideias. Contudo não foram suficientes para construir uma história interessante e que se mantivesse fiel ao trabalho original e acabaram por ser recicladas e/ou engavetadas num canto poeirento. Acabei por reutilizar o início planeado para a segunda história pois a dada altura na história fala-se que a ilha está fechada para os do exterior e em como um dos personagens é único da sua espécie e o porquê. E isso sempre me ficou na cabeça. Quando é que a ilha tinha sido fechada inicialmente? Quem é que o tinha feito e porquê? Há imensas teorias durante a história dadas pelos personagens sobre isso mas nada em concreto. E então nasceu este episódio, dando também uma espécie de final à personagem Alinoë que apesar de ter sido o primeiro e mais poderoso irmão de Tempus a nascer e quem tecnicamente "fundou" a ilha não é falado de todo durante A Chave Verde.
Os Gatos
Alinoë olhou em volta. As carcaças dos descendentes mágicos de Drago amontoavam-se na depressão enquanto outras eram arrastadas por dezenas de homens cada uma. O seu peso e tamanho brutal fazia os humanos regozijarem-se da sua capacidade de os terem derrubado. Um deles parou ao lado de Alinoë.
- Michael. Obrigado por existir. Se não fosse a sua ideia genial, nunca teríamos conseguido derrotá-los.
Levou a mão à cabeça, agarrou o chapéu sujo e fez uma vénia. Alinoë imitou-o sem dizer uma palavra. O humano não sabia mas tinha sido ele quem ajudara Drago a criar aquelas insensatas criaturas. Ele, o único sobrenatural que ainda respirava fora da ilha. O jovem ignorante afastou-se para ajudar outro grupo a arrastar mais uma carcaça. Alinoë preparou-se para ir embora. Virou costas ao cenário e começou a afastar-se.
- Está vivo! O-o-o monstro está vivo!
Olhou para trás com a surpresa. Era impossível. O seu método era infalível. Os homens aprontaram as suas armas. O cadáver começou a retorcer-se... não. Todos os cadáveres começaram a retorcer-se. Os humanos subiram a pequena encosta a correr. As escamas das vis criaturas começaram a derreter e, no seu lugar, manchas de pêlo de variadas cores apareceram. Em vez das cores escuras das escamas dos répteis alados, a depressão ficou coberta de pequenas criaturas coloridas e peludas. Uma delas subiu a encosta.
- Não disparem!
As outras começaram a subir atrás dela. Alinoë aproximou-se, apanhando uma delas. Levantou-a até ao seu rosto.
- São... gatos!
O rosto de Alinoë ficou pálido. Gatos? Não... não podia ser. A criatura nas mãos dele olhou-o nos olhos por momentos. E assanhou-se, assobiando o mais alto possível. Os outros gatos seguiram o exemplo do primeiro. Rodeado por gatos assanhados, Alinoë não tinha como fugir ao que estava a acontecer.
- Michael, tu... és um... monstro?
Alinoë olhou para o humano que momentos antes lhe tinha agradecido. os homens apontaram as suas armas a Alinoë.
Gatos... indicadores da presença do sobrenatural. Por outras palavras do que não é humano. E estes novos gatos, nascidos das carcaças dos dragões, eram muito mais que isso. Eles conseguiam ver a sua verdadeira natureza e não apenas senti-la.
Alinoë começou a reverter a sua forma para o original. As pequenas criaturas saltaram para o impedir. Alinoë repeliu-os com as sua enormes asas. Os humanos descarregaram as suas armas nele porém as suas asas eram mais rijas que as escamas dos dragões. Teria que lutar a sua saída dali. O chumbo dos humanos não o afectava nem o fogo que derrotara os dragões. Mas as minúsculas garras dos gatos atravessavam a sua armadura natural. Como? Devia ter adivinhado que a magia nos dragões poderia ter uma consequência deste género. Porque não pensara nisso antes?
Alinoë abriu as suas enormes asas e forçou o seu enorme corpo a levantar voo. Teria que avisar os seus irmãos do que se passara antes que os gatos guiassem os humanos até à ilha.
O chumbo dos humanos começou a feri-lo ao entrar na sua carne pelos arranhões das minúsculas garras. Conseguiria fazê-lo? Avisar os seus irmãos de alguma forma? Ganchos foram atirados, enrolando-se nas suas patas e asas. Alinoë caiu no chão. Levantou a cabeça, rugindo. No entanto, os humanos não se afastaram com o medo. Não. Alinoë tinha-os ensinado demasiado bem a combater dragões. Não. Tinha-os ensinado a combater criaturas não-humanas. Apenas porque tivera pena deles. Porque não seria capaz de suportar a extinção de uma raça em consequência de algo que fez.
Malditos!
O seu bico foi fechado com mais correntes e o seu corpo totalmente imobilizado. Se não se libertasse, a sua família estaria em perigo. Não podia ficar quieto. O que fazer? O que podia fazer?
À sua frente, o gato a dar o primeiro alarme sentou-se. A criatura emitiu um pequeno miado. Estaria a fazer pouco dele? O gato inclinou a cabeça para o lado, soltando outro miado. Só podia estar a fazer pouco dele. A raiva começou a crescer dentro dele. Só um feitiço, um simples feitiço, um perigoso feitiço. Era tudo o que precisava. Olhando no fundo dos olhos do gato, lançou a sua magia nele e, através dele, em toda a sua espécie. A sua consciência começou a oscilar. Sim, um feitiço perigoso... era tudo o que precisava.
Alinoë fechou os três olhos negros. Tinha feito uma coisa boa. Seria suficiente para proteger os seus irmãos? Seria suficiente para os proteger a todos e à sua ilha de descendentes mágicos? Cianne, Drago, Jole, Selen e Tempus... que eles fiquem bem... que a sua magia funcione... bem...
Fim do Episódio
Alinoë olhou em volta. As carcaças dos descendentes mágicos de Drago amontoavam-se na depressão enquanto outras eram arrastadas por dezenas de homens cada uma. O seu peso e tamanho brutal fazia os humanos regozijarem-se da sua capacidade de os terem derrubado. Um deles parou ao lado de Alinoë.
- Michael. Obrigado por existir. Se não fosse a sua ideia genial, nunca teríamos conseguido derrotá-los.
Levou a mão à cabeça, agarrou o chapéu sujo e fez uma vénia. Alinoë imitou-o sem dizer uma palavra. O humano não sabia mas tinha sido ele quem ajudara Drago a criar aquelas insensatas criaturas. Ele, o único sobrenatural que ainda respirava fora da ilha. O jovem ignorante afastou-se para ajudar outro grupo a arrastar mais uma carcaça. Alinoë preparou-se para ir embora. Virou costas ao cenário e começou a afastar-se.
- Está vivo! O-o-o monstro está vivo!
Olhou para trás com a surpresa. Era impossível. O seu método era infalível. Os homens aprontaram as suas armas. O cadáver começou a retorcer-se... não. Todos os cadáveres começaram a retorcer-se. Os humanos subiram a pequena encosta a correr. As escamas das vis criaturas começaram a derreter e, no seu lugar, manchas de pêlo de variadas cores apareceram. Em vez das cores escuras das escamas dos répteis alados, a depressão ficou coberta de pequenas criaturas coloridas e peludas. Uma delas subiu a encosta.
- Não disparem!
As outras começaram a subir atrás dela. Alinoë aproximou-se, apanhando uma delas. Levantou-a até ao seu rosto.
- São... gatos!
O rosto de Alinoë ficou pálido. Gatos? Não... não podia ser. A criatura nas mãos dele olhou-o nos olhos por momentos. E assanhou-se, assobiando o mais alto possível. Os outros gatos seguiram o exemplo do primeiro. Rodeado por gatos assanhados, Alinoë não tinha como fugir ao que estava a acontecer.
- Michael, tu... és um... monstro?
Alinoë olhou para o humano que momentos antes lhe tinha agradecido. os homens apontaram as suas armas a Alinoë.
Gatos... indicadores da presença do sobrenatural. Por outras palavras do que não é humano. E estes novos gatos, nascidos das carcaças dos dragões, eram muito mais que isso. Eles conseguiam ver a sua verdadeira natureza e não apenas senti-la.
Alinoë começou a reverter a sua forma para o original. As pequenas criaturas saltaram para o impedir. Alinoë repeliu-os com as sua enormes asas. Os humanos descarregaram as suas armas nele porém as suas asas eram mais rijas que as escamas dos dragões. Teria que lutar a sua saída dali. O chumbo dos humanos não o afectava nem o fogo que derrotara os dragões. Mas as minúsculas garras dos gatos atravessavam a sua armadura natural. Como? Devia ter adivinhado que a magia nos dragões poderia ter uma consequência deste género. Porque não pensara nisso antes?
Alinoë abriu as suas enormes asas e forçou o seu enorme corpo a levantar voo. Teria que avisar os seus irmãos do que se passara antes que os gatos guiassem os humanos até à ilha.
O chumbo dos humanos começou a feri-lo ao entrar na sua carne pelos arranhões das minúsculas garras. Conseguiria fazê-lo? Avisar os seus irmãos de alguma forma? Ganchos foram atirados, enrolando-se nas suas patas e asas. Alinoë caiu no chão. Levantou a cabeça, rugindo. No entanto, os humanos não se afastaram com o medo. Não. Alinoë tinha-os ensinado demasiado bem a combater dragões. Não. Tinha-os ensinado a combater criaturas não-humanas. Apenas porque tivera pena deles. Porque não seria capaz de suportar a extinção de uma raça em consequência de algo que fez.
Malditos!
O seu bico foi fechado com mais correntes e o seu corpo totalmente imobilizado. Se não se libertasse, a sua família estaria em perigo. Não podia ficar quieto. O que fazer? O que podia fazer?
À sua frente, o gato a dar o primeiro alarme sentou-se. A criatura emitiu um pequeno miado. Estaria a fazer pouco dele? O gato inclinou a cabeça para o lado, soltando outro miado. Só podia estar a fazer pouco dele. A raiva começou a crescer dentro dele. Só um feitiço, um simples feitiço, um perigoso feitiço. Era tudo o que precisava. Olhando no fundo dos olhos do gato, lançou a sua magia nele e, através dele, em toda a sua espécie. A sua consciência começou a oscilar. Sim, um feitiço perigoso... era tudo o que precisava.
Alinoë fechou os três olhos negros. Tinha feito uma coisa boa. Seria suficiente para proteger os seus irmãos? Seria suficiente para os proteger a todos e à sua ilha de descendentes mágicos? Cianne, Drago, Jole, Selen e Tempus... que eles fiquem bem... que a sua magia funcione... bem...
Fim do Episódio