Hoje, venho partilhar convosco a segunda parte do Concurso de Maio da página FicWriter Facts, cujo Tema é o Outono. Tal como na semana passada, as regras mantiveram-se. Para quem estiver interessado, eis uma pequena curiosidade para vocês: acabei agora mesmo de escrever as 525 palavras (creio que não me enganei a contá-las). Estava mesmo a ficar preocupada se não conseguiria publicar hoje. Felizmente,
As folhas castanhas amontoavam-se no chão aos pés dela. A luz quente do sol alaranjado do fim do dia brilhava sem sinal de nuvem no céu. Se ao menos todos os dias pudessem ser assim. Passou a mão pelo cabelo que o vento fazia dançar e com a outra apanhou-o num rabo-de-cavalo desajeitado. Olhou para dentro da esplanada, convertida a salão de estudos pelos seus funcionários mais jovens. A pequena cidade estava praticamente vazia uma vez que os turistas tinham regressado às suas casas e, portanto, Alice não se importava que a rapariga passasse ali as tardes a tirar as suas dúvidas.
Renata estudava com a ajuda de Hugo que, num ato de talvez rebeldia, não seguira o exemplo do irmão mais velho de ir para a Universidade e deixara-se ficar na pequena cidade a trabalhar para Alice. Os pais de ambos tinham seguido o filho mais velho assim que ficaram assegurados que Alice não deixaria Hugo passar mal. Ambas as famílias conheciam-se tão bem que a confiança que os velhos senhores depositavam nas palavras escritas nas raras cartas que lhe enviavam ainda a arrepiava ao fim de seis anos. Olhando para Hugo, Alice relembrou-se da última carta, vinda apenas uns dias antes. Com Miguel, seu ex-colega de escola, a começar a assentar com a sua namorada, os pais de ambos insistiam em que Alice ajudasse Hugo a fazer o mesmo. A dona da esplanada suspirou. Como é que haveria de o ajudar quando ele não parecia demonstrar qualquer interesse nas raparigas que vivam naquela pequeníssima cidade onde todos se conheciam?
Já com Renata, Alice não tinha tantas preocupações. Os pais da rapariga tinham finalmente conseguido seguir os seus sonhos e erguido uma cadeia de restaurantes que se começava agora a espalhar pelo resto do país, já com cinco locais diferentes abertos. Tudo o que lhe pediam era que mantivessem um olho na saúde da filha nas alturas em que tinham de viajar para ver os outros restaurantes. Por problemas de saúde, Renata tinha ficado retida no quinto ano. Nessa altura, Alice tinha acabado de abrir a sua esplanada pelo que, assim que saíra do hospital, Renata passara os seus dias com a sua antiga ama-seca e Hugo naquelas cadeiras de vime almofadadas. Esse fora um dos grandes motivos pelo que não conseguira resistir ao pedido da jovem quando esta lhe pediu para a deixar trabalhar durante o Verão. A rapariga não quisera ir com os pais que tinham ido abrir o quinto restaurante mas também não quisera ficar a olhar para as paredes enquanto Alice trabalhava o dia inteiro. Portanto, com o consentimento dos pais, após bastante persuasão da dona da esplanada, Renata tornara a esplanada uma segunda casa, um espaço onde se sentia confortável e onde podia estar sempre que quisesse.
Sorrindo, Alice olhou de relance para o relógio na parede, pendurado acima do balcão de pedra negra. O seu terceiro funcionário, André, estaria a sair da escola em breve e a passar ali para comer algo em breve. Voltou a olhar para a rua e, pensando em como iria “torturar” o recém-casado professor, continuou a varrer as folhas da frente da esplanada.
E aqui está. O que acharam? Se quiserem ver algo na próxima semana sobre estes personagens, digam nos comentários que tentarei adaptar aos temas que faltam, Inverno e Primavera.
Já sabem como é. Deixem a vossa marca na página!
A Autora